Bom dia! Finalemente uma semana com chuva 💦
Já há algum tempo que penso em escrever um post sobre este assunto. Não que tenha uma vasta experiência, mas um ano depois de ter assumido a minha decisão e ter estado a trabalhar a partir de casa, já tenho algumas experiências e conclusões a partilhar.
Num primeiro relance e aos olhos dos outros, trabalhar a partir de casa é uma sorte porque “fazes os horários que queres”, “podes ir à praia quando quiseres”, “podes levantar-te às horas que quiseres”, “podes faltar quando quiseres”…e podia estar aqui uma manhã inteira a enumerar as “minhas bençãos”. Não é bem assim certo? No entanto, sinto-me previligiada por ter feito a escolha que fiz e me sentir feliz com ela.
Dependermos APENAS de nós pode ser por vezes assustador. Auto-disciplina, organização e foco são palavras de ordem. E ninguem está lá para chamar à atenção nos dias em que há espaço para a desmotivação, nos períodos em que a criatividade mora no continente ao lado.
É sem dúvida bom ter alguma liberdade, quer para tratar de assuntos pessoais durante a semana, quer para ir ao médico sem stressar com os horários do trabalho, mas é uma liberdade que pode tornar-se traçoeira se não lhe impusermos algumas arestas como limites. Não devemos abusar da nossa suposta liberdade, saber dizer não é o primeiro passo. Nem sempre vão entender, uma vez que “podes fazer depois, és tu que fazes os teus horários”. Não te chateis nem leves a peito esta desvalorização, a maioria das vezes não é por mal, as pessoas só levam tempo a perceber o teu novo trabalho.
O que as pessoas se esquecem sobre quem é freelancer:
– Sobretudo nos primeiros anos, o conceito de férias é muito confuso, se formos a ver bem, não chegamos aos dias de férias aprovados pela lei (ninguém nos proibiu, faz parte!)
– Não ter preocupações quando deixamos a cadeira da secretária é também uma miragem
– Trabalhar fora de horas uma série de vezes
– Resolver questões também fora de horas
– Para pessoas como eu que trabalham mesmo sozinhas, tentar entender um pouco de tudo: marketing, gestão de contas, design…
– Não ter ordenado fixo
– Espírito de inovação estar sempre presente, porque são os nosso clientes antigos e novos que fazem o nosso negócio ser possível
– As outras pessoas acharem porque és da família ou amigo do amigo tens de fazer desconto ou mesmo à borla. Algumas quase acham ser uma obrigação
De certeza que quem é freelancer tem mais algumas coisas a acrescentar a esta lista.
Eu não mudaria nada. Não trocava o que tenho pelo meu passado. Mas, é preciso que os outros percebam e aprendam a respeitar que todos os trabalhos sejam eles com contrato ou por conta própria têm vantagens e desvantagens, e que ninguém é menos ou mais. São escolhas. Acarretam riscos, como tanta coisa na vida. Nada é certo, é ir vivendo um dia de cada vez e fazer o melhor que conseguirmos.
É uma questão de equilíbrio. Parece cliché, mas é um facto.
Nós somos os nossos próprios chefes. E devemos saber ceder quando é preciso ceder, mas também devemos saber quando é preciso focar sem distracções alheias. O que eu faço é planear as novas semanas na sexta-feira anterior e tento cumprir o plano à risca. As tuas amigas vão todas à praia? Pois, saberia bem uma tarde de praia, é preciso que avalies, quando é que que vais cumprir o que te propuseste a fazer nessa tarde, ou quem sabe até tenhas trabalho adiantado. Caso contrário, é sensato ficar a trabalhar, deves tentar cumprir os teus horários e metas. Só assim podes ir construindo algo sólido ao longo do tempo, não podes encarar como uma brincadeira o que é o teu sustento.
Fazer o que se gosta é de facto e melhor do mundo.
Alguem com experiências para partilhar?
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